quinta-feira, 31 de maio de 2012

Festival de Escalada Paulo Macaco

Cartaz do Evento





 FESTIVAL DE ESCALADA PAULO MACACO


O evento realizado no Parque Estadual do Grajaú conhecido por muitos ainda como Reserva Ecológica do Grajaú foi um sucesso contou com a participação de 100 pessoas aproximadamente entre competidores e público, estive presente e enquanto aproveitava alguns Boulders para treinar em Top Rope, pude assistir aos participantes do desafio mandando Boulders realmente difíceis totalmente em livres. O nível dos escaladores cariocas esta realmente muito bom e a escalada tem evoluido muito a cada ano no Brasil.  O evento foi uma homenagem ao grande escalador brasileiro Paulo Macaco e ainda arrecadar fundos para a Viúva de Paulo a Senhora Vera. Segue o resultado final do Festival divulgado pelo organizador Felipe Zamith:

 
Desafio de boulder feminino - Minissaia
1a - Viviane Noé Girassol (cadena)
2a - Mariana Penteado Kujawski Freitas (cadena)
3a - Andrezza Oliveira


Demais competidoras: Alessandra Marques Castro, Graziela Oliveira e Bruna Ribeiro Gomes


Desafio de boulder Masculino - Olhos de Fogo e Super Oitavão
1o - Fábio Muniz (cadena)
2o - Martino Singenberger (cadena)


Demais competiores: Diego, Daiti Hamanaka, Guilherme' Ferraz, Antonio Sergio Monteiro Ramos, Gabriel Ribeiro, Daniel Olho, Felipe De Menezes Assad




Público e competidores fizeram deste evento mais um
importante evento para escalada carioca.


 

A Premiação do evento foi ofertada pelos parceiros Verticale, Makalu, Equinox, Vdoze Agarras, A5 e 4Climb.


Ainda foi feita uma rifa de equipamentos de escaladas e toda a verba arrecada foi convertida em doação a Vera.

O Blog Vertical Online parabeniza a todos que estiveram presentes e principalmente aqueles que organizaram e fizeram mais este evento possível, e o torcida para que este seja apenas o primeiro de muitos eventos iguais que venham a ocorrer no Grajaú ou em outros points de escalada pelo estado do RJ.


sábado, 26 de maio de 2012

Pedra Aguda - Bom Jardim

Nos ultimos 6 anos praticamente não tenho escalado, porém nunca abandonei totalmente as montanhas sempre fazendo boas caminhadas, sendo assim resolvi que em 2012 iria aproveitar para conhecer o máximo possível de lugares que eu nunca tenha ido, principalmente subir novas montanhas, cumes que eu nunca tenha alcançado antes, seja por trilha ou seja escalando. Uma das montanhas que sempre estiveram em minha lista de desejos foi a Pedra Aguda, esta montanha fica no município de Bom Jardim e a localidade mais próxima é o distrito de Santo Antonio que esta há 10 km de São Pedro da Serra que pertence a Nova Friburgo. A estrada que liga as duas localidades é de terra, mas em um estado de conservação razoável, não há grandes problemas para trafegar pela mesma.


Pedra Aguda vista do Refúgio da Pedra Aguda.

Alguns anos atrás estive pela primeira vez na Pedra Aguda junto com um amigo de algumas escaladas José Renato, escalador das antigas de Nova Friburgo e que vez ou outra me acompanha em alguma aventura. Nesta oportunidade tentamos escalar a Via Quati a primeira via conquistada nesta pedra, mas depois de subir quase 300 metros e já próximos ao cume fomos obrigados a repelar por causa da chuva que se aproximava, ainda nos molhamos um pouco, mas sem grandes problemas.

Então, em mais um feriado aproveitei para voltar a Pedra Aguda com a família, curtir a piscina no Refúgio Pedra Aguda, as cachoeiras e claro subir a montanha pela trilha. O tempo não estava colaborando muito, havia chovido quase todas as noites desta semana e tudo estava bem encharcado. No sábado enquanto tomava o café da manha combinei com o Jorge, um niteroiense, que vez por outra passa uma temporada no Refúgio, de subirmos a montanha. Acabei o café da manhã arrumei a mochila, colocando 2 baudriers, mosquetões e uma corda, partimos rumo ao topo. A trilha esta muito definida, apenas em alguns poucos trechos tem algum tronco ou galho caído sobre ela. Depois de pouco mais de uma hora de caminhada chegamos ao ponto onde tem um cabo de aço para auxiliar na subida, com a pedra totalmente molhada estava muito escorregadia, então subi e dei segurança para o Jorge que não tem experiencias em escalada. Passamos tranquilamente pelo lance do cabo e continuamos rumo ao cume, onde em mais 15 minutos atingimos o ponto mais alto da montanha. Um belo visual da região apesar das nuvens escuras que circundavam a montanha. Tiramos várias fotos, fizemos um lanche e partimos para a descida. Optamos em rapelar e não descer pelo cabo de aço, pois, como dito antes a rocha estava muito escorregadia.




(Esq.) Guiando a parte do cabo de aço que devido a chuva estava muito escorregadia.
(Dir) 07/04/2012 - Já no cume da Pedra Aguda, um belo visual da região.




(Esq) 07/04/2012 - André Rodrigues no cume da Pedra Aguda.
(Dir) Jorge Faria fazendo seu primeiro rapel.

Monte Aghá (ES)


Monte Aghá, visto da cidade de Piúma - ES.


No dia seguinte após subir a Pedra do Frade o tempo continuou ruim, na verdade piorou mais ainda em relação ao dia anterior. Do hotel pude observar o Monte Aghá, importante simbolo turístico da cidade de Piuma e como sempre tive muita vontade de chegar ao seu topo, resolvi partir rumo a mais esta aventura. Dias antes havia pesquisado na internet e peguei algumas informações de como chegar ao cume. Do centro de Piúma parti rumo a praia Aghá, que esta cerca de 1km antes da cidade. Logo em frente uma estradinha de terra, andei por cerca de 1km e parei o carro próximo a um campo de futebol, me informei com moradores locais e segui por uma pequena estrada, desta vez caminhando por mais uns 10 minutos, então a trilha se inicia em um pasto e logo depois é preciso pular uma cerca em meio a um cafezal, deste ponto em diante não tem mais erro, pois, a trilha é bem definida. Depois de alguns minutos de subida a trilha chega a alguns blocos de pedra que não representam grandes dificuldades. Deste ponto já é possível começar a ver as belas praias do distrito de Itaipava que pertence ao município de Itapemirim. Neste ponto uma chuva fina me alcançou o que aumentou um pouco a dificuldade para andar sobre as pedras, foi preciso um pouco mais de atenção para não escorregar. Mas sem grandes dificuldades depois de 45 minutos de ter deixado o carro cheguei ao cume do Monte Aghá. Apesar do tempo fechado o visual do topo desta montanha é muito bonito, apesar da pouca altitude, esta montanha é a mais alta da região o que propicia uma vista espetacular, ao longe foi possível ver o Frade e a Freira.

 
(Esq) Cidade de Piúma vista do cume do Monte Aghá.
(Dir) Praia Aghá e a estradinha de terra que leva ao
início da caminhada.



Ficou a vontade de retornar para agora subir esta montanha pela parte frontal, provavelmente um costão onde será possível usar as moitas de mato para dar segurança.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pedra do Frade (ES)


Escalando no Espírito Santo






Sempre viajei a este estado vizinho ao RJ, mas tirando duas subidas ao Morro do Cruzeiro que fica na praia do canto em Vitória, nunca havia subido nenhuma montanha neste estado, porém, muitas montanhas do Espiríto Santo sempre me chamaram atenção creio que a principal delas é o conjunto do Frade e da Freira, montanhas que podem ser vistas da BR-101. Outra montanha que sempre tive grande interesse em subir era o Monte Aghá, principal simbolo da cidade de Piúma. Vale lembrar que as duas montanhas estão dentro dos limites do município de Itapemirim, isto foi uma surpresa para mim, pois, achava que o Frade e Freira pertenciam a Cachoeiro de Itapemirim e o Monte Aghá a Piúma. Finalmente depois de quase 20 anos esperando uma oportunidade para subir estas montanhas parti rumo a Piúma em uma viagem familiar.







(Esq) Pedras do Frade e da Freira vistos do início da escalaminhada.
(Dir) André Rodrigues no início da escalaminhada




(Esq) André Rodrigues no artificial fixo que leva a parte final da escalada.
(Dir) Lance final para chegar no cume da Pedra do Frade.



Piúma esta localizado na parte sul do Espiríto Santo é um pequeno município capixaba que esta há poucas horas de viagem da divisa com o estado do Rio de Janeiro. Com o tempo feio e ameaças de chuvas deixei a família no hotel e parti rumo ao Pico do Frade. Entre Piúma e a estrada que sobe rumo a base da montanha  é cerca de uma hora de viagem. Tive grandes dificuldades para encontrar esse caminho que leva até a base da montanha, depois de algumas informações consegui finalmente encontrar a estrada que leva aos Chalés do Frade uma pousada bem estruturada que fica aos pés do Pico do Frade. Deixei o carro no início da trilha e depois de 5 minutos de caminhada já estava na parte da escalaminhada. Coloquei a sapatilha, vesti o Baudrier e mesmo sozinho preparei a corda para fazer auto-segurança. A escalaminhada não é tão fácil quanto eu já havia lido em alguns sites e blogs, achei alguns lances mais dificeis do que descritos nestes locais, mesmo estando quase 6 anos sem escalar acho que ainda sei diferenciar um lance de 1º a um lance de 3º grau. Pelo menos um lance da subida considero ser de 3º grau e sugiro que sempre seja usado corda para a subida que é bem exposta e uma queda pode resultar em lesões bem graves ou até mesmo fatais. Aos poucos e sem pressa fui subindo lance a lance. Em cerca de 45 minutos cheguei ao final da primeira parte da escalada (costão), deste ponto chega-se a base de uma grande pedra que pode ser considerada a cabeça do Frade. Então começei a rodear a pedra tentando achar um local para subida, segui rodeando pelo lado esquerdo, logo em frente a Pedra da Freira encontrei um artificial fixo com cerca de 6 metros de altura, retirei o restante dos equipos da mochila e como no restante da escalada subi em auto-segurança. Depois de 1 hora e 20 minutos desde ter saído do carro finalmente consegui escalar esta bela montanha capixaba que durante muitos anos havia me encantado. O dia estava nublado, com jeito de chuva, mas ainda sim foi uma escalada tranquila. Do cume pude observar diversas outras montanhas, mas com certeza a que se destaca é o Pico do Itabira, imponente montanha capixaba.


Pedra da Freira vista do cume do Frade, apesar de ser mais
baixa seu acesso com certeza é mais dificil

 

22/04/2012 - Auto-retrato no cume da Pedra do Frade


 



(Esq) Pedra do Frade visto da Pousada Chalés do Frade (Dir), a pousada oferece
estrutura aos visitantes, um bom local para passear em família.



Ainda do cume pude ver que existe uma escada com degraus de ferro para se chegar ao cume da Pedra que forma a cabeça do Frade, bastava eu ter ido a direita no final do costão que teria chegado a esta escada. Depois de um tempo no cume, algumas fotos e uma lanche, comecei o rapel que foi bem tranquilo. Na descida parei na pousada Chalés do Frade onde conversei com o Ener, que me disse que em conjunto com o orgão ambiental do Espiríto Santo esta estabelecendo algumas regras para uso da montanha para evitar a depredação e principalmente o acesso de pessoas sem conhecimentos técnicos na parte do costão da montanha. Bebi um delicioso suco de tangerina que me foi oferecido por sua mãe, agradeci a hospitalidade e retornei para Piúma.

Altitude da Pedra do Frade de Itapemirim: 683 metros

Equipamento para escalada: Corda 50 metros, 4 costuras, fitas, mosquetões e estribo.

Pedra da Caixa de Fósforos

Recentemente começei a Scanear todas as minhas fotos antigas de escaladas e uma das que mais me chamou atenção foi da minha primeira escalada a Pedra da Caixa de Fósforos, esta peculiar montanha situada no município de Teresópolis, mas, com acesso mais fácil por Nova Friburgo. Bem voltarei a falar de acesso mais tarde, agora quero relatar a minha primeira escalada a Caixa de Fósforos.

Esta escalada ocorreu em 17 novembro de 1990, nesta época estavamos começando a escalar e não tinhamos praticamente nenhum equipamento. Usavamos uma corda "Bacalhau" (do tipo de amarrar carga em caminhões), tinhamos alguns mosquetões e fitas, um Baudrier caseiro feito com cintos de segurança e costurados no sapateiro de nossa confiança (nem tanta confiança assim... rs), nada de bota de escalada ou outro equipamento moderno.

Já havia mais de uma ano que eu havia começado a subir montanhas e mesmo com poucos equipamentos e ainda aprendendo a viver nas alturas, este primeiro ano no esporte me rendeu grandes aventuras. Nesta época eu participava do Centro Excursionista Friburguense "CEF"  e no feriado marcamos um acampamento nos Três Picos. Apesar de ter estado várias vezes neste local ainda não havia subido nenhuma das montanhas da região, então neste final de semana eu estava acompanhado entre outros de Eloir Perdigão (que era apenas excursionista) e Leandro Gama Baltazar "Japão" que havia entrado pouco tempo antes para o CEF, Japão tinha muita vontade e muito entusiamos e graças a ele resolvemos partir rumo a Caixa de Fósforos para tentarmos a escalada. No dia 16 de novembro de 1990 depois de pouco mais de 2 horas de caminhada chegamos a base da escalada, um artificial com grampos muito antigos e depois de muito preparo começei a guiar a escalada, pouco a pouco ia subindo de grampo em grampo, sinceramente com muito medo, pois, apesar da escalada ser pequena logo que se começa você já esta muito alto, mais de 300 metros pra baixo. Então depois de alguns minutos cheguei a um ponto critico na época, vários parafusos onde era preciso passar um cordelete e se pendurar, os parafusos provavelmente eram de 5/16", alguns tinham uma chapeleta que de tão finas pareciam mais uma tampa de lata de leite em pó. Apesar de todo incentivo neste dia eu desisti da escalada, não subi, o medo falou mais alto.

16/11/1990 - André Rodrigues em sua primeira
tentativa de subir a Caixa de Fósforos


Voltamos para o acampamento e passei a noite pensando na escalada não realizada. Acho que a noite de reflexão foi o suficiente para que no dia seguinte eu retornasse a montanha e conseguisse atingir o cume. Então no dia 17 de novembro de 1990 eu chegava pela primeira vez ao cume desta montanha ainda pouco conhecida pela galera friburguense na época.

No carnaval de 1991 eu e Japão voltamos a Caixa de Fósforos, mas desta vez acompanhado de vários escaladores friburguenses e mais uma vez repetimos a escalada. Nesta época ainda havia um cruzeiro provavelmente deixado no cume da montanha pelos seus conquistadores na Década de 40.



(Esq) André Rodrigues, Glauber, Erick e Japão em Março de 1991


Como chegar a Pedra da Caixa de Fósforos:

Estando em Nova Friburgo pegue a RJ-130 em direção a Teresópolis, chegando ao CEASA pegue a estrada com destino a São Lourenço. Procure pelo IBELGA, pegue a estrada que vai em direção aos Três Picos, são cerca de 7km até a fazenda que fica na base das montanhas. Deste ponto continue subindo em direção ao Vale dos Deuses onde existe atualmente o camping do Parque Estadual dos Três Picos, continue pelo Vale dos Deuses em direção ao Vale dos Frades, a sua direita estará o Cabeça de Dragão e a sua esquerda a Pedra do Capacete. Você chegará a um mirante da Caixa de Fósforos, a trilha deste ponto ficará mais fechada e seguirá quase que reto na direção da Pedra.


Pedra da Caixa de Fósforos vista do Mirante no Vale dos Deuses.
Neste ponto a trilha fica mais fechada.


Equipamento necessário para escalada:

10 costuras, fitas tubulares, estribos e corda de 50m

Vale lembrar que hoje praticamente todos os grampos e parafusos antigos já foram substituídos por grampos mais novos.